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Mostrando postagens de outubro, 2019

O que há de errado nesse lugar

As raízes da minha terra desenharam em mim a ancestralidade dos meus antepassados o meu cabelo preto, a estatura do meu corpo os traços incomuns do meu rosto Tudo se harmoniza, tudo está completo Minha rima não nasceu em outro lugar Não tem os cabelos claros ou a pele branca Minha poesia não fala dos prédios da avenida paulista O meu verso não pisa nas areias de copacabana E ainda que fale, ainda que pise A poesia dos meus antepassados não será vendida em livrarias nem receberá prêmios importantes Mas se eu não escrever como vão saber o gosto que tem o roxo em meus lábios?

Viva-voz

  O que quero é contar um sonho de trilha sonora e tudo Mas só o que consigo dizer é que Dalva estava nele de alma e voz vindas de um radinho de pilha mal sintonizado Coisas que não se veem em sonhos mas que deduzimos pelo som abafado e pelas imagens em P&B Guardadas pós-sonho “ Que será da minha vida Sem o teu amor Da minha boca sem Os beijos teus Da minha alma sem o teu calor... ” Prendi o sonho no poema Como quem prende o dedo ao fechar com pressa uma porta Ou uma gaveta de armário...